Todos nós, que nascemos, crescemos e vivemos nestes tempos modernos, mesmo os mais antiguinhos como eu, que já estavam por aí nos anos 80, e mesmo os mais antigões, que ainda tem memórias lá dos anos 60, crescemos em um meio em que o sistema monetário atual já existia, e por isso temos a impressão de que sempre foi assim. Mas não foi sempre assim, houveram outras situações monetárias anteriores a esta que conhecemos.
Me refiro ao dólar como moeda predominante no mundo e pilar da economia mundial, a moeda padrão nas transações internacionais, mesmo as ilegais. Não há na memória de ninguém vivo hoje lembranças de um padrão diferente de moeda dominante. Mesmo os mais antigos não devem lembrar, pois se já haviam nascido no tempo em que existia outro padrão monetário, eram ainda crianças, e as informações na época não eram tão abundantes como são hoje.
Desde estes tempos passados, a nossa moeda corrente no Brasil já mudou várias vezes de nome e de valor, mas o dólar sempre foi e ainda é o mesmo dólar.
O que faz um padrão monetário mundial ser alterado são, segundo o economista James Rickards, as guerras monetárias (Currency Wars, no termo original em inglês), como ele explica em seu artigo We're At War!, e no qual ele também explica que atualmente estamos bem no meio de uma dessas guerras. Ou seja, segundo ele, o dólar está prestes a dançar como moeda predominante.
Conhecer a retrospectiva histórica é fundamental para entendermos o que está acontecendo hoje. Desde o início do século passado, já houveram, segundo Rickards, 3 guerras monetárias com mudança de padrão de moeda predominante.
Por muito tempo e até o início do século, até 1914, o padrão ainda era o ouro. Todas as moedas nacionais eram baseadas no valor do ouro e as balanças comerciais ajustadas e reguladas com o precioso metal dourado. Quando a Primeira Guerra Mundial começou, os países precisaram imprimir mais dinheiro para financiar a guerra, e perderam a referência do ouro como valor regulador.
As principais economias da época, que eram o Reino Unido, Alemanha, França, entre outras grandes da Europa, entraram em recessão após a guerra, suas moedas e poder aquisitivo perderam muito valor, e a libra esterlina britânica passou a ser a moeda predominante, mesmo tendo sofrido também muita desvalorização neste período. Os Estados Unidos também enfrentavam dificuldades com a grande depressão de 1929, que afetava todos os países.
Esta situação, portanto a segunda situação monetária do século 20, perdurou até o final da Segunda Guerra Mundial quando, após o acordo de Bretton Woods, em 1944, o dólar americano foi oficializado por todas as mais de 40 nações presentes na conferência como a moeda internacional oficial, e foram criados também na ocasião o Banco Mundial, o FMI e o BIRD (Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento), sendo os Estados Unidos o maior credor.
Portanto, desde a década de 1940 que o dólar tem sido a moeda de referência internacional, e por isso não há hoje quem lembre de ter vivido uma situação diferente dessa. Esta é, assim, a moeda predominante com vida mais longa da história recente, até o momento.
Porém, a grande mudança veio mais tarde, a partir de 1967, quando o presidente Richard Nixon deu um cavalo de pau no acordo de Bretton Woods, desvinculou o dólar da paridade com o valor do ouro e baseou seu valor na força de sua economia e no petróleo saudita, criando assim o câmbio flutuante, situação que perdura até os dias de hoje, na qual o valor da moeda hoje é definido pelo valor que teve ontem e de suas expectativas de valor futuro, e não mais pela garantia de troca por uma determinada quantia de ouro.
E porque estamos falando disso agora?
Porque, ao que tudo indica, esta situação está prestes a mudar novamente.
Este período em que nós vivemos foi, na verdade, a época da grande prosperidade, a era de ouro do capitalismo. Antes desta fase que se iniciou em 1944, o mundo era muito diferente, não havia ainda todo este desenvolvimento, a Europa e os Estados Unidos não eram ricos como são hoje, e o restante do mundo ainda vivia no pleno atraso, sem tecnologias, ainda iniciando suas adaptações à era industrial. Na verdade, o mundo contemporâneo como o conhecemos é muito recente.
Os aviões que encurtaram as distâncias, as comunicações, os carros, os computadores, tudo isso veio neste período, e são mudanças que aceleraram muito nos últimos 40 anos. E como um subproduto do progresso capitalista veio a desigualdade social e a superpopulação do planeta.
Tudo isso está em xeque hoje.
Segundo afirma Rickards em seu artigo, nós já estamos vivendo a próxima guerra monetária, que ele diz haver se iniciado com a crise financeira de 2010, quando houve a quebra de um dos grandes bancos internacionais, o Lehman Brothers, e a falência de um país europeu, a Grécia, que teve que ser bancada por fundos internacionais para se salvar. De lá para cá, tudo caminha no sentido de uma grande mudança monetária estrutural.
Indo um pouco além do que afirma Rickards, me arrisco a dizer que todos estes fatores que têm sido amplamente discutidos aqui e em tantos outros canais de informação alternativos, em torno das mudanças que estamos vivendo e do anunciado Grande Reset, são exatamente partes deste processo, da guerra monetária.
O Grande Reset, como anunciado pelo FEM, é um "recomeço" financeiro, baseado nos ideais de sustentabilidade ambiental e integração social, ou diversidade social, que são conceitos com os quais já estamos muito familiarizados, pois já contaminam praticamente todos os meios de comunicação e ensino, em uma verdadeira lavagem cerebral em grande escala.
Paralelamente a isso, temos visto o avanço das CBDCs, as moedas digitais dos bancos centrais, e agora mais recentemente o lançamento da tecnologia necessária para a criação de uma identidade global única para todos os cidadãos de todos os países.
Enquanto isso, a OMS e a ONU seguem preparando o terreno para oficializar os tratados internacionais que permitirão que eles ditem suas regras autoritárias a todos os países membros no caso de uma emergência sanitária - que eles mesmos declaram. Já existem declarações de autoridades que dão conta de que uma próxima pandemia estaria por surgir neste próximo mês de setembro. Agora, como eles podem saber exatamente quando uma nova pandemia mundial vai surgir, se isso supostamente é algo que acontece e não se consegue evitar? Somente se for algo planejado. Vamos esperar para ver.
Porém, em meio a tantas mudanças recentes como estas que estamos vendo no mundo pós-2020, o grande fator impulsionador para a derrocada do dólar, e que também foi impecavelmente projetado, é a guerra da Ucrânia, o que levou às sanções financeiras do ocidente contra a Rússia.
Embora a Rússia pareça não ter sofrido economicamente, tendo
inclusive se fortalecido, com negócios com grandes parceiros comerciais como
China, Índia e Arábia Saudita, e ainda por cima negociando em sua própria
moeda, o rublo, estas sanções serviram para alertar o resto do mundo que
qualquer um pode ser o próximo da lista. E a única proteção é abandonar o
dólar.
Por isso, o grupo dos BRICS, que inclui o Brasil, tem tido
tanta procura por vários outros países, e já trabalha assertivamente na criaçãode uma moeda própria, para se contrapor ao dólar, que seria uma moeda digital sustentada por uma paridade com o ouro.
Todos estes movimentos contribuem para o caos social que tem crescido nos últimos 3 anos. Conforme planejado.
O interessante é que os canais de notícias especializados em
economia e finanças focam inteiramente no dia a dia, jamais apontam para tudo
isso o que está acontecendo. Falam de bolsa de valores, de tendências do dólar,
noticiam sobre as moedas digitais, mas nada sobre o que está “de fato”
acontecendo. Com isso, mantém todos na ignorância, e todos os desavisados serão
pegos de surpresa, pois o que está se configurando não é mais uma crise
financeira, como as anteriores. É o desmonte total de todo o sistema.
Estamos vivendo uma linha de corte na história. Estamos dentro de uma panela de pressão prestes a explodir.
O planejado Grande Reset é muito mais que um restart financeiro; está projetado para ser um “recomeço” para a humanidade, em um mundo com um governo centralizado, com um novo “contrato social”, tudo controlado e administrado por sistemas digitais de moedas digitais e passaporte social com programa de pontuação, pela via da identidade digital mundial, baseados na IA, que ambientada em grandes computadores quânticos terá a capacidade de supervisionar e executar tarefas de controle sobre cada cidadão no mundo, individualmente. Pelo menos, este é o plano.
Para realizar isso, eles precisam derrubar o dólar e provocar o caos
econômico e social, pois, caso contrário, se tudo está normal, não conseguiriam induzir as pessoas, as comunidades, os países, a aceitarem suas imposições. Isso é o que está em pleno andamento com todas estas etapas descritas acima, e estes são fatos, não teorias.
O certo é que o futuro ainda é incerto.
Parece certo que o atual sistema monetário vai desmoronar muito em breve. Todos estes fatores indicam este caminho. O que não sabemos ainda é o que virá depois disso. Estamos em uma transição de um mundo unipolar - com o domínio total dos Estados Unidos, para um mundo multipolar, onde o eixo do poder mundial girará em torno de mais de uma potência ou bloco, como China e Rússia de um lado (talvez o BRICS) e o bloco ocidental com EUA, Europa e seus aliados de outro. E nenhum poder mundial muda de mãos pacificamente, então o conflito é certo.
Também parece certo que o fim do dinheiro impresso está próximo. E esta é uma questão chave para o plano de dominação mundial pelo grupo que está acima dessa turma toda aí e que verdadeiramente dá as cartas. Só que tem muito mais coisas em jogo dessa vez, pois das vezes anteriores, quando houveram crises financeiras agudas, todo o sistema se manteve intacto e seguiu seu passo depois da recuperação econômica. Dessa vez é diferente, é o próprio sistema econômico-social e o modo como vivemos que estão em xeque.
E, infelizmente, todos aqueles que vivem exclusivamente dentro da bolha da ilusão da mídia controlada, não tem a menor noção de que o mundo em que vivem vai virar pó, dentro de um futuro próximo.
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