17 setembro, 2021

setembro 17, 2021
Vou começar esse texto com uma frase de impacto: Nosso planeta está prestes a entrar em uma nova era do gelo. Assustador, não? Mas, muita hora nessa calma e como diria Jack, vamos por partes...

Nas últimas décadas, temos assistido permanentemente um grande debate mundial sobre o aquecimento global e o efeito desastroso das emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, o tão falado gás carbônico, principal agente responsável por este efeito estufa.

Já existem até acordos internacionais, que incluem cerca de 200 países, entre eles os mais poluidores do planeta, para estabelecer compromissos com o objetivo de reduzir as emissões globais de CO2. Em vigor atualmente é o Acordo de Paris, assinado em 2015, que substituiu o Protocolo de Kyoto, assinado em 1999. 

O Protocolo de Kyoto foi o resultado de uma série de encontros internacionais iniciados no Canadá em 1988 e que culminou com a grande convenção internacional chamada ECO-92, no Rio de Janeiro. Muita gente deve lembrar ainda deste evento, que teve grande cobertura da mídia aqui no Brasil.

Podemos ver, portanto, que o assunto já é discutido há mais de 30 anos. 

Mas, infelizmente, como é da natureza humana, o que deveria ser uma coisa boa e benéfica para o planeta acaba se tornando apenas mais uma arma política para oprimir os países menos influentes no cenário mundial, como é o caso do Brasil, por exemplo.

Basta ver que os principais signatários do acordo, e que exercem maior influência política, são justamente os países mais desenvolvidos, aqueles que, ao longo de seu desenvolvimento industrial, já devastaram suas próprias terras e são os maiores poluidores e emissores de gás carbônico, e que, não vendo outra solução mais fácil, apontam seus canhões para aqueles países que ainda tem natureza a preservar.

Este é o preço a se pagar por todo o conforto que a vida moderna nos proporciona, e que tanto amamos e dependemos, pois, com as tecnologias atuais, não há como produzir sem poluir. Quer dizer, na verdade há sim, mas isso já é uma outra discussão.

Feita esta rápida introdução, vamos ao problema: o aquecimento global é uma realidade ou uma ficção inventada para uso político?

Primeiro, é bom entender sobre o papel do CO2 na natureza. O dióxido de carbono é vital para a vida e está em todo lugar.  É um dos compostos essenciais da fotossíntese, processo que transforma a energia solar em energia química e que portanto está na base de toda a teia alimentar que mantém os seres vivos, incluindo nós, os humanos. E a fotossíntese também é responsável por manter o equilíbrio do sistema, ao retirar o CO2 do ar e devolver oxigênio puro à atmosfera, daí a grande importância das florestas tropicais.

A questão toda reside no excesso de CO2. Com a ação do homem, já foram jogados na atmosfera mais de 300 gigatoneladas de carbono até os dias de hoje. Peraí, mas isso aí é muito? Pois é, como poderemos imaginar quanto é isso sem sermos cientistas? Ainda mais em se tratando de um gás, que é tão pesado quanto o ar que respiramos? Bom, suponho que justamente por isso deva ser muito mesmo, visto que uma gigatonelada equivale a 1 bilhão de toneladas, e uma tonelada são 1.000 kilos, e sabemos quanto é 1 kilo, certo? Então sim, isso é realmente muita coisa, este fato é inegável.

Esta camada extra de CO2 na atmosfera cria o chamado efeito estufa, que concentra a radiação solar, que tem por consequência o aumento da temperatura média do globo, que atualmente é de 14ºC. O aumento da temperatura média do planeta pode ser catastrófico para diversas espécies vegetais e animais, assim como pode também desencadear muitos eventos atmosféricos indesejáveis, como aumentar a potência de furacões e atividades dos vulcões, por exemplo.

O planeta já está cerca de um grau mais quente do que estava no início do processo de industrialização, e, se nada mudar, poderá progressivamente chegar a 5ºC a mais até 2100. Basta pensar que a pior parte dessa poluição toda aconteceu a partir da segunda metade do século 20.

5º pode não parecer muito, mas como média, é. O comportamento do clima é extremamente complexo e tudo funciona num efeito dominó, um evento provoca outro, e nessa batida são imprevisíveis as consequências no longo prazo. 

As condições climáticas da atmosfera dependem de um número imenso de fatores: tem anos mais quentes e anos mais frios que se sucedem; tem El Niño, La Niña, ciclos de maior ou menor intensidade da atividade solar, enfim, é um conjunto muito grande de fatores que influencia no clima, por isso mesmo é tão difícil a previsão meteorológica e vivemos tirando onda do cara da TV que disse que ia chover e acaba fazendo sol. 

Só que existem padrões que são previsíveis em longos períodos, por isso, pode-se concluir que o aquecimento global é uma realidade e o processo precisa ser revertido.

Mas tem mesmo uma nova era do gelo batendo à porta? Certo, vamos lá:

Nosso planeta passa por ciclos de eras glaciares, ou eras do gelo, mais ou menos a cada 100 mil anos, e cada período interglacial (ou seja, os períodos mais quentes) dura cerca de 10 mil anos. Sendo que a última era glacial terminou há cerca de 11.500 anos, então, logicamente devemos estar prestes a entrar em uma nova era glacial. Isso é um fato geológico, qualquer um que pesquisar pode comprovar por si próprio. E existem eventos geológicos que desencadeiam este processo, estes eventos estão sendo monitorados pelos especialistas.

Durante a última era glacial o homo sapiens já existia, assim como os outros homos antes de nós nas anteriores, e sabe-se lá como eles se viraram para sobreviver.

Durante os 100 mil anos de duração de uma era glacial, as duas calotas polares se estendem até muito além das regiões que ocupam nos períodos interglaciares (o que vivemos), deixando um clima extremo em grande parte do globo e sobrando uma faixa de terra em torno da linha do Equador onde seria um pouco mais habitável. Dá pra imaginar como a vida deve ficar mais difícil nestas condições. 

Em outras palavras, não haverá espaço para todos, alimentos para todos, geração de energia para todos, enfim, uma catástrofe geral e que facilmente pode descambar para a selvageria, colocando a própria civilização em xeque. Imagine que os Estados Unidos, a Europa, a Rússia e a China no hemisfério norte, e no sul a Austrália, Nova Zelândia, boa parte da África e da América do Sul terão climas permanentes de frio extremo. Entendeu o drama?

Bom, essa é a má notícia. Pelos ciclos naturais, a era do gelo deverá chegar em algum momento num futuro próximo. A boa notícia é que uma era glacial depende de determinados fatores para acontecer, e em todas as outras anteriores, não havia o efeito estufa causado pelo homem. Ocorre que alguns cientistas defendem que o aquecimento global pode retardar a chegada da próxima era glacial. Por quanto tempo? Ninguém sabe dizer ao certo.

E, por outro lado, tem os efeitos ruins do aquecimento global. Estamos, portanto, entre a cruz e a espada.

O jeito é ir levando a vida, tomar aquele café gostoso, curtir o fim de semana no parque e não pensar muito...









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